[Resenha] - O menino no alto da montanha - John Boyne

ISBN-13: 9788555340123
ISBN-10: 8555340128
Ano: 2016 / Páginas: 225
Idioma: português 
Editora: Seguinte

Pierot é um menino de 7 anos que vive em Paris com sua mãe. Seu pai, que era Alemão, morreu anos antes ao se jogar na linha do trem, ele nunca superou o que viu na Primeira Grande Guerra. O ano é 1936 e todos estão aflitos com o rumo que a Europa está seguindo. Mas Pierot não tem idade suficiente para enxergar isso. 


Anshel é o melhor amigo de Pierot, mas ele é Judeu e embora nenhum dos dois saibam ainda o que isso exatamente quer dizer eles já sofrem com as consequências. 
Quando a mãe de Pierot morre de tuberculose ele é enviado para um Orfanato e mais tarde sua tia Beatrix o leva para morar com ela. Entretanto, ela é nada mais nada menos do que governanta de Adolf Hitler. Aos poucos Pierot passa a se interessar pela causa Alemã e logo se junta a Juventude Alemã, completamente corrompido pelo poder e pelo que esse poder lhe daria.

O livro se passa em 9 anos, e podemos ver claramente a mudança na personalidade de Pierot, principalmente quando Hitler começa a lhe contar como a Alemanhã foi prejudicada e como ele retomaria todo o poder perdido. Pierot passa a ser agressivo e autoritário, sendo responsável por vários crimes. 
É inevitável ficar com raiva do personagem, porque a gente conhece toda a história da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto. Embora seja uma criança, ele passa a ter gosto pelo poder que supostamente ser membro da Juventude Alemã o dá. E por isso ele se afasta de seu amigo Anshel, de sua tia Beatrix de de todos que o trataram bem quando ele chegou na casa do alto da montanha. 

"Foi Pierrot quem se levantou da cama naquela manhã, mas foi Pieter quem se deitou á noite, caindo de sono logo em seguida."

A narrativa de John Boyne é surpreendente. É um daqueles livros de linguagem fácil e leve que você consegue ler em qualquer momento. E embora a gente já conheça exatamente como a guerra terminará nós também queremos saber qual vai ser o destino de Pierot nessa historia toda e principalmente depois de tudo o que ele fez de ruim. 
Ao longo do livro torcemos muito pra ele perceber o que está acontecendo e voltar as origens, mas ele é apenas um menino Alemão que ouve histórias perigosas da boca do próprio Adolf Hitler, então é fácil entender como ele é tão rapidamente corrompido. 

"- Olhe pra mim, Pieter. Olhe pra mim. Ela levantou os olhos cheios de lagrimas: - Não finja que não sabia o que estava acontecendo aqui."

O livro nos mostra, como raramente faz, a versão Alemão da história, como eram os pensamentos de quem estava do outro lado da guerra e muitas vezes nem sabe tantos detalhes como sabemos hoje. A verdade é que na época os campos de concentração não pareciam tão ameaçadores como sabemos que são hoje, por isso achei uma leitura muito interessante. Embora tenha me retirado muitos sentimentos ruins, não tem como não sentir raiva de Pierot e nem desprezo pela pessoa que ele se transforma. 

O menino do alto da montanha é um livro emocionante que nos arranca sentimentos múltiplos e contraditórios, exatamente como aquilo que a gente tenta mas não consegue entender que a humanidade foi e é capaz de fazer. 

6 comentários

  1. Olá!

    Conheci a escrita do autor através do "O Menino do Pijama Listrado', não sabia que esse seguia a mesma temática. Me interesso bastante por livros que se passam na Segunda Guerra Mundial, e ler um que conta um pouco do lado "alemão" deve ser bem interessante...mesmo tendo consciência de que ficarei com raiva do personagem, quero muito ler esse livro!

    Beijos, Bá.
    http://cafecomlivrosblog.blogspot.com.br

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    1. Oi Bárbara. É isso mesmo, ficamos morrendo de raiva, mas dá pra entender que ele sofre uma lavagem cerebral gigantesca. Não que justifique mas ele cresceu achando que aquilo era o certo, nos faz pensar em muitas coisas. Acredita que esse foi o primeiro livro que li dele, não vi nem o filme do 'Menino do pijama listrado', agora que vi que gostei vou procurar pra ler :) Me conte depois que ler ok?
      beijos

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  2. Oii, Carol! Não conhecia esse livro, apesar de sempre ouvir falar do autor. Mas, depois dessa resenha, vou procurar e comprar o mais breve possível. Sou completamente apaixonada por histórias da Segunda Guerra, não porque o período me agrada (muito longe disso!) mas porque existe um histórico tão grande dessa época, sempre gostei de estudar o assunto e adoro quando os livros de ficção possuem sua ambientação lá. Fiquei imaginando o que seria para uma criança sofrer influência direta de Hitler desde tão cedo. Não é a toa que ele se transforma no que você diz, imagina! Acho que isso abre espaço até mesmo pra imaginar como teria sido se Hitler tivesse tido um filho, acredito que ele sofreria uma influência ainda mais direta e carregada do que Pierot...
    Enfim, adorei a história e quero muito ler!
    Beijoss
    Vida em Marte

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    1. Eu entendo você, também adoro as histórias embora repudie o momento histórico. Esse livro nos faz pensar muito sobre a influencia que os jovens Alemães sofreram mesmo! E um caso que nos deixa pensativos. Deve ser difícil crescer acreditando que algo é certo e depois descobrir que não é. Me fale mais quando ler ok? Beijos

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  3. NOSSA, já quero ler! Adorei o blog <3
    Se puder, aparece lá no meu tbm. Beijos
    https://meublogthaila.blogspot.com.br/

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