[Resenha] - Relatos de um gato viajante - Hiro Arikawa



Editora: Companhia das Letras
Selo Alfaguara
Lançamento: 2017
Ficção japonesa
Páginas: 225
ISBN: 978-85-5652-048-7

Nana é um gato adulto que foi adotado por Satoru após ter sido atropelado. Depois do acidente, Satoru passou a cuidar do animal que lhe era muito parecido com um outro gato que teve na infância, e com o tempo, Nana e Satoru tornaram-se grandes companheiros.

Mas agora, depois de cinco anos, Satoru não pode mais cuidar de Nana e está procurando alguém que possa ficar com ele. Visitando vários amigos antigos, Satoru leva Nana à várias regiões do Japão, na esperança de que algum deles consiga adotar seu gato. Satoru não conta a nenhum deles o motivo disso, apenas diz que precisa de alguém de confiança para cuidar de Nana. 

E em meio a todas essas viagens, Satoru vai relembrando amizades e momentos da infância e juventude, enquanto leva Nana à procura de um novo lar para ele. 

 Vamos ver muitas coisas maravilhosas. Vamos apostar nosso futuro no tanto de coisas maravilhosas que veremos nesta viagem. 


"Relatos de um gato viajante" é um livro muito delicado e com uma narrativa muito suave. Seus personagens narradores são vários, então temos relatos sob as vozes de todos eles, inclusive do gatinho Nana. O livro é dividido em relatos, e em cada relato temos Satoru e Nana visitando um dos possíveis novos donos do felino. Contudo, ninguém sabe o motivo de Satoru estar procurando um novo lar para seu gato. 

Durante as viagens que ambos fazem, Nana vai conquistando ainda mais o coração dos leitores por expor suas impressões do mundo de forma muito sagaz e curiosa. Seus pensamentos são muito agradáveis de se ler, principalmente a todos os leitores que são gateiros, como Satoru (e eu) e desconstroem aquela ideia de que gatos não são apegados a seus donos, o que eu achei sensacional.

Se a gente não tivesse saído para esta viagem, eu teria passado o resto da vida sem nunca ver o mar de perto. Meu mundo se limitava a uma pequena área ao redor do apartamento de Satoru. Como território de um gato, até que não era ruim, mas, comparado com a grandeza deste mundo, agora vejo que era pequeno demais. 

Os cenários são bem diversificados e a autora faz tudo parecer muito agradável de se ver e conhecer. Além disso, a maneira como a autora vai dispondo as situações da vida e revelando pouquinho a pouquinho a história de Nana e Satoru faz com que o leitor vá acompanhando tudo muito bem. As coisas não acontecem rápido demais e nem demoram demais para fluir, ainda que sejam longos os capítulos. 

O livro não é longo, então dá para se ler tranquilamente em pouco tempo e conhecer tudo o que essa história de vida tão bem desenvolvida tem a oferecer ao leitor, não só como prova de que o selo Alfaguara possui histórias maravilhosas, como também de que outros livros de outras culturas além da norte-americana podem oferecer livros igualmente incríveis. 

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