[Resenha] - A Máquina do Tempo - H.G. Wells

Título original: The Time Machine
Editora : Suma de Letras
Gênero : Literatura Inglesa / Ficção científica
Lançamento : 2018
Número de Páginas : 168
ISBN : 97885565110686

foto twitter oficial da Suma de Letras
“A Máquina do Tempo” conta-nos a história de um cientista e inventor (o nunca nomeado Viajante do Tempo), que revela a um pequeno grupo de homens (entre os quais o narrador) reunidos em sua casa estar à beira de uma grande descoberta: um engenho capaz de viajar através do tempo. Recebido com desconfiança e incredulidade, o Viajante do Tempo comunica a intenção de experimentar ele mesmo a máquina, perante o cepticismo dos presentes. Na semana seguinte o grupo reúne-se novamente, e o Viajante no Tempo passa a narrar as suas aventuras na quarta dimensão. Quando o cientista finaliza sua real máquina, decide testá-la, embarcando em uma belíssima e surpreendente jornada rumo a um universo completamente desconhecido. O Viajante no Tempo vai parar no ano de 802 701, onde visualiza um mundo extremamente belo, feliz, sem doenças e sem guerras. Lá, ele conhece os pequenos e divertidos Elois, uma espécie descendente dos seres humanos, e fica maravilhado com o futuro das civilizações.

"Um momento depois, estávamos face a face, aquela criatura frágil do mundo futuro e eu. Ele foi direto até mim e riu, olhando-me nos olhos. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a ausência de qualquer sinal de medo. Então ele se virou para os outros dois que se aproximavam e lhes dirigiu a palavra num idioma estranho, muito delicado e fluido."

foto site oficial da Suma de Letras
Os peculiares Elois eram criaturas diminutas e delicadas que receberam o cientista sem nenhum medo aparente, sempre se divertindo e agindo como crianças. Usavam vestes ricas e finas, eram vegetarianos, tinham sua própria língua, dedicavam seu tempo unicamente à diversão, sem se preocuparem com suas vestimentas, alimentação… Ao anoitecer, eles se escondiam em um local seguro e dormiam todos juntos, pois temiam o escuro pela presença dos Morlocks.

Porém, sua máquina do tempo some e ele fica preso naquele lugar, onde começa a perambular pela região para conhecer tudo e procurar sua invenção. Em suas andanças, encontra túneis subterrâneos, onde vivem os tais Morlocks, criaturas assustadoras e perigosas, que roubaram sua invenção. Eles eram criaturas da escuridão que ficavam desorientados com a luz e eram carnívoros. Se adaptaram à vida no subsolo e viviam no subterrâneo, realizando todos os trabalhos necessários para a sobrevivência dos seres que habitavam a superfície. Essa divisão de espécies levanta vários questionamentos sobre classes sociais, considerando a distância social existente entre capitalistas e operários: ricos levam uma vida confortável e cheia de prazeres; enquanto os pobres vivem enclausurados trabalhando.

"O grande triunfo da humanidade com que eu havia sonhado tomou assim uma conformação diferente em minhas ideias. Não fora o triunfo da educação moral e da cooperação entre todos que eu imaginara. Em vez disso, o que eu via era uma verdadeira aristocracia, munida de ciências avançadas e aperfeiçoando até sua conclusão lógica o sistema industrial de hoje. Seu triunfo não tinha sido apenas sobre a Natureza, mas sobre a Natureza e sobre seus próprios semelhantes."

É inegável a habilidade do autor para escrever de forma crítica aquilo que ele habilmente presumia do futuro da humanidade. Wells tem um talento nato para desvendar as anuências do intelecto humano. Tal habilidade é comprovada não apenas por esse livro, mas também pelo seu livro mais famoso : A Guerra dos Mundos. Como um bom livro de ficção científica, ele nos leva a questionar qual caminho a sociedade tem procurado percorrer ao longo do último século. No meu ponto de vista, todo leitor deveria ler ao menos um desses dois livros citados do autor. A reflexão que ele nos influencia através da leitura é algo imprescindível para desenvolvermos um senso crítico de leitura.

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