Esse
pensamento, é claro, por ter chegado às Américas, ultrapassou as fronteiras
europeias e invadiu – como os próprios europeus – todos os cantos do planeta.
Assim, não é de se estranhar que a mitologia mais famosa do mundo seja a
mitologia grega (já que a latina se espelha e muito na cultura grega).
Essa
mitologia adentra o mundo das artes com força desde a Antiguidade, com peças de
grandes tragediógrafos do período clássico, como Édipo, Medeia etc., até
através das pinturas renascentistas italianas. Mesmo nos dias atuais, ela
continua se apresentando em peças, em adaptações de rádio, influencia grandes
nomes da arte do passado e do presente. Não só os livros, mas também no cinema
e nos quadros de Museu e, é claro, nos quadrinhos também. Como acontece em Lore
Olympus.
Em
Lore Olympus acompanhamos Perséfone, vinda do mundo mortal para o
Olimpo; e Hades, o deus do submundo que vive um relacionamento tóxico com uma
ninfa chamada Minte. Os dois acabam se encontrando em uma festa dada por Zeus e
graças a um empurrão maldoso de Afrodite, eles têm um tempo a sós para se
conhecer. A partir daí, começamos a descobrir uma história de amor e duas
pessoas cheias de problemas pessoais.
A
narrativa de Smythe traz críticas a relações tóxicas, problemas sociais e
machismo estrutural em todos os seus volumes. Em cada parte do quadrinho, é
possível perceber a evolução dos personagens principais e também dos
coadjuvantes, o que dá uma roupagem incrível para a narrativa. Assim, a
construção de enredo e a de personagens é simplesmente impecável, muito embora
eu particularmente não entenda a construção da personalidade do Apolo (essa é a
minha grande ressalva).
A
história de Perséfones e Hades é repaginada para o século XXI, o que faz com
que o mito seja bem diferente do original, bem como o cenário do Olimpo, muito
moderno. Em relação ao mito, ele é um dos mitos mais conhecidos e interessantes
da mitologia grega. Na história original, Hades sequestra Perséfone e acaba
desencadeando diversos outros mitos graças a isso, como a existência das
estações. No entanto, diferente da trama original em que Hades não se importa
muito com o que Perséfone deseja, na releitura da quadrinista, Hades é
simplesmente um dos personagens mais doces e incríveis de todos os tempos.
Perséfone, com sua inteligência e sagacidade, não fica para trás e pode ser
considerada uma das protagonistas mais interessantes em se tratando de releituras
da mitologia.
Lore
Olympus tem, para além de uma trama sensacional, uma arte incrível. Embora
não seja completamente original (os deuses coloridos já estavam presentes em Hércules, no ano de 1997),
continua tendo uma estrutura de cenário e de cores impecável. Com todas as
páginas coloridas, os tons vibrantes e obscuros aparecem nos momentos certos.
Assim, Lore Olympus é uma narrativa que eu recomendo muito, mas apenas para
maiores de 16 anos por conta dos temas sensíveis.
RECOMENDO O LIVRO " PRINCESA DO DESEJO " SOBRE A VIDA DE UMA JOVEM BRASILEIRA E SUA HISTÓRIA. AUTOR : ANDREW PHILIP COLLINS.
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